O amor, a solidariedade e o trabalho voluntário de milhares de pessoas quase não tem espaço na mídia. Afinal, não dá ibope. Brasileiro adora uma tragédia. Mortes, assassinatos, sequestros, acidentes e a violência são constantemente capas de jornais, revistas e os principais assuntos em telejornais. E cada vez que um fato ruim é noticiado, há sempre uma reação em massa.
Um exemplo simples, minha avó quase não entende nada de novela, mas quando se fala do caso do menino Bernardo, que foi assassinado pela madrasta, ela presta uma atenção absurda e não pára de falar no assunto com a família, com os amigos e vizinhos. E as reações são adversas: “ Shiu, deixa eu ouvir a TV!” “Nossa, você viu isso?” “Peraí, me explica… ela matou o menino?” “Coitadinho do menino, que pecado!”. E sabe qual é o programa preferido dela? Brasil Urgente, com o Datena.
Outro exemplo? Quase não se falava de Eduardo Campos. Em julho de 2014, pesquisa divulgada pela DataFolha, ele tinha apenas 9% da intenção de votos. Eram poucos os comentários de sua vice, Marina Silva. A morte trágica do candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, num acidente aéreo em agosto, mudou o cenário eleitoral no país. Todos se compadeceram. E por dias, não havia outro assunto. Algum tempo depois… Surpresa! Marina Silva passa ser a candidata ao Palácio do Planalto e desponta nas pesquisas eleitorais. Segundo pesquisa IBOPE, divulgada em 26 de agosto, ela venceria Dilma no segundo turno. Uma virada e tanto! Motivada por uma tragédia e claro, por um país ávido por mudança na política também. Uma esperança que nasce do pó, da morte de alguém. E do sonho, de ver um Brasil melhor. Ver notícias de uma economia sólida novamente e não à beira de uma recessão técnica.
Ok… é de sonho e de pó, o que move uma nação. Mas que tal nós termos mais sonhos, amor e fé? E deixarmos estes sentimentos guiarem nossas vidas? Chega de falar de violência e dar ibope pra tristeza. Ontem, uma história me comoveu. Tatiana, uma mulher que perdeu 27 quilos e doou parte do fígado a uma criança com câncer. Numa igreja, ela conheceu a família de João, de apenas 4 anos, e descobriu que era a única doadora compatível. O garotinho podia morrer a qualquer momento. Uma história linda exibida ontem pelo Fantástico, TV Globo. Compaixão e solidariedade que renovaram uma vida.
E o sonho também motiva a pequena Vitória Beatriz, de 9 anos, que foi selecionada para a audição da Escola Bolshoi no Brasil. Há 7 anos, ela mora na região conhecida por abrigar usuários de Crack, em São Paulo. A oportunidade surgiu graças a um projeto social de uma igreja no bairro Cristolânida, que oferece aula gratuita de balé.
Histórias que quase não ganham capas de jornais, mas salvam vidas e reforçam o amor ao próximo. Lembre-se: um país melhor começa com você e com suas atitudes! Não culpe o governo, o país, a situação financeira, etc. Se eximir da culpa e arrumar desculpa é o que o ser humano sabe fazer de melhor atualmente. Faça diferente. Seja a diferença.
Links de notícias boas citadas neste artigo:
http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/09/menina-sonha-com-vaga-em-bale-russo-para-deixar-cracolandia.html